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quarta-feira, março 26, 2003

Carandiru para as 'massas'

Cumprindo minhas obrigações como jornalista, fui à sessão para imprensa de Carandiru - O Filme, de Hector Babenco. Em uma comparação rasteira, sem muita reflexão, achei menos cru que Pixote - A Lei do Mais Fraco (1981). Isso, no entanto, não desmerece o filme de maneira alguma. Vai levar alguns milhões ao cinema e, dado o tema do filme, isso é muito bom. Volto depois com uma análise mais detalhada da coisa. E dá-lhe opinionismo!

Cadê o Santoro?

Achem o Rodrigo Santoro de peitinhos na foto acima

terça-feira, março 25, 2003

A origem da guerra está no cacete

Ontem paguei uma dívida com Kubrick. Finalmente assisti ao Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb) na mostra 'Não à Guerra', no Centro Cultural São Paulo. Resumindo grosseiramente: a vontade do macho faz a guerra. E viva o Texas!

Fuck dick!!!

Fuck dick!!!

quinta-feira, março 20, 2003

Guerra

Ah é, tá tendo uma guerra também...

Resenhismos

Já vi várias resenhas metidas à engraçadinhas sobre o filme Adaptação. Todos os resenhistas faziam uma metacrítica, destacando as dificuldades em se fazer uma análise do filme, seja por pseudo-bloqueios ou frescura no toba mesmo. Mas a questão aqui não é essa, é o filme em si. Cheira a embuste, o que, na minha opinião, é excelente. Não pela sensação de me sentir enganado com um filme que narra a dificuldade de um roteirista para adaptar para o cinema um livro-reportagem sobre um ladrão de orquídeas. A película tem vários aspectos os quais vale a pena destacar e discutir, mas ressalto apenas um, bem pessoal, aliás.

Charlie Kaufman - o roteirista do filme e no filme, interpretado por Nicholas Cage - é nos apresentado como um perfeito loser. Tímido, um fracasso com as mulheres, desastrado, gordo, enfim, um clichê ambulante. Seu irmão gêmeo, Donald - na verdade um 'recurso narrativo', para não estragar nada - é seu oposto: extrovertido, sociável, um doce com as fêmeas e blá, blá, blá. Pois bem, a graça da coisa está justamente em ver como é fácil a identificação com o Charlie e não com seu irmão garanhão. Todo mundo que se preze a escrever algo se acha um injustiçado, um amaldiçoado. É o estereótipo do escritor sofredor, daquele que rabisca com o próprio sangue aquilo que pensa. O que parece ser um pouco claro é que Kaufman desconstrói esse mito, tirando o sarro da cara de críticos, escritores e dos próprios telespectadores dizendo: 'Gente, acorda, eu não sou assim, esse é meu trabalho porra!'. Seu irmão Donald é o contrapeso ideal para tal afirmação, pois eles são nada mais, nada menos que complementares. Quer mais clichê que dupla personalidade? E o melhor de tudo é que a brincadeira fugiu das telas, pois os créditos para tal roteiro vão para os dois, até na indicação para o Oscar.

Tudo isso pode ser uma tremenda babada minha. Mas que fique o recado, escrevam seus merdas, parem de chorar. Adaptem-se.


Na falta de uma imagem melhor vai essa mesmo


Dando comtinuidade ao post, outro filme que assisti foi Frida. É a história daquela daquela pintora mexicana e bigoduda, agora na pele da 'boa' atriz Salma Hayek. Vi em uma cabine (nome de iniciados para sessão para imprensa), afinal sou pobre e não posso pagar 13 pilas em uma sentada no Unibanco Artplex.
Confesso que o filme me agradou. As críticas vindas de fora o acusaram de ser uma versão light da vida da chica, caricatural, superficial, entre outros não-elogios. Na verdade, seria difícil não fazer uma história cativante com a vida de uma mulher como Frida, por mais diluída que fosse. O filme é recheado de afetações: um filme sobre uma pintora que tenta reproduzir em película a atmosfera dos quadros pintados por ela. Humpf. Mas é competente, um bom produto dentro do padrão Miramax de se fazer filmes.


Quase nem se percebe o bigode da gaja

quarta-feira, março 19, 2003

Entupa sua caixa postal

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Uma boa para Lorenzo. É, pode ser um título.

sábado, março 15, 2003

Estranhamente familiar (pior que isso só o Humberto Gessinger)

Sinceramente, não sei ao certo o que me leva a participar de eventos como o Mídia Tática Brasil. conferi algumas palestras e debates no primeiro dia oficial do evento, dia 13/03. Para mim, não é uma sensação muito agradável ficar rodeado de seres com maior poder aquisitivo que o meu, dotados de uma suposta "supra-consciência-de-luta-e-contestação", enquanto meus pensamentos insistem em vagar por minhas contas. Com isso, esqueço completamente dos ideais nobres de resistência, subversão e teoria marxista filtrada com tang manga. Em alguns momentos me senti em meio à clássica(?) HQ do Angeli, Psico Burguês, publicada no fim dos anos oitenta na saudosa Chiclete com Banana. Supostos 'guerrilheiros digitais', muitos caíram de pára-quedas no evento sem saber para onde ir, nem o que apreciar, muito menos contra o quÊ lutar. Outros, pelo contrário, sabiam muito bem qual o objetivo de fazer parte de tal evento. Estes últimos eram os mais entusiasmados em mostrar que o ativismo digital dá certo. Havia também, por parte destes últimos, a insistência em mostrar que a web é apenas a ferramenta e que as coisas acontecem no mundo real. Mas em qual estrato social do que eles chamam de realidade? Não há como negar que toda essa efervescência tem o seu mérito. Mas, apesar de tudo isso, ainda me sentia excluído. Acho que não tenho muito o que discutir com eles. Não tenho um décimo da informação daquelas pessoas. Na verdade faz parte de um ressentimento muito grande que sinto, algo que não me permite participar disso sem me sentir e parecer ridículo, ou seja, desconfortável. Não me orgulho dessa minha fracassomania e confesso: é dor de cotovelo mesmo.

Óbvio que todas essas constatações se deram em um intervalo muito curto de tempo, entre um debate e outro , circulando pelos corredores do SESC Paulista, da Fundação Japão e da mostra na Casa das Rosas. Orelha em pé em uma conversa entre as pessoas que aguardavam o início das mesas redondas aqui, um comentário de descolados na fila acolá, enfim, impressões rasteiras.

Voltemos ao evento em si. Trabalhei, logo não fui ao workshop do cartunista Carlos Latuff que, entre outras coisas, faz ilustrações para o exército zapatista.

A mesa redonda, 'Mídia e Brasil', com participação de José Chrispiniano (Veja Q porcaria), Rogério Campos (Editora Conrad), Hernani Dimantas (Nova-E e Marketing Hacker), Tatiana Roque (Revista Glob(a.l.)) e um vendedor e uma moça da revista Ocas, talvez, pela proximidade do tema, foi a que me despertou mais interesse. Em debate estava a viabilização de uma mídia independente no Brasil face às novas tecnologias e a crise que assola o meio. Sem nenhuma resposta definitiva, o que já era esperado, o debate tocou em um ponto que os ‘ativistas’ bancados pelos pais nem dão conta: como sobreviver financeiramente e ideologicamente trabalhando com comunicação independente (seja lá o que isso significa)?

A palestra 'Política das multidões' que inicialmente contaria com a presença de , teve a participação apenas de Peter Pál Pebart, com um discurso rigorosamente acadêmico sobre participação popular. Eu, por ser adolescente, rebelde e contra o sistema, saí no meio. Na verdade sentia uma pusta fome e uma dor-de-cabeça terrível, logo sem chances de assimilação dos zilhões de termos e citações que o indivíduo - tradutor de Deleuze - disparava com cadência do alto de sua bancada.

Por fim, uma simpática exposição de Derek Holzer, um dos organizadores do Next Five Minutes, festival o qual Mídia Tática Brasil é um desdobramento. O gringo relatou experiências de ativistas em todo o mundo, tais como trabalhos de hackers em sabotar sites de grandes corporações, sites, intervenções urbanas, rádios livres e as famigeradas performances teatrais. Gracejou para alguns iniciados, mas não me convenceu até que ponto as ações relatadas são eficazes.

Findo o primeiro dia de evento, voltei para casa com a sensação de que eu não havia cumprido nenhuma missão. Havia alguma, por acaso?

segunda-feira, março 10, 2003

Fast and clean: sem tempo e sem saco para postar alguma coisa

Fico feliz por Dr. Klauss e Dustter darem um gás nessa bloga. Ia fazer umas observações sobre a mesa redonda que abriu o Mídia Tática Brasil. Entretanto, já fizeram isso por mim, logo não vou fazer um copy & paste descarado da matéria. Mesmo porque as impressões que eu tive foram parecidas e eu tô com uma preguiça matadora. Tô ocupado também, mas isso não vem ao caso.

Um aviso, o site oficial do Mídia Tática Brasil, ao menos para mim, não funicona muito bem. Tentem o site do Sesc SP, onde há toda a programação do evento e como se inscrever para os workshops e debates. Logo mais faço uma pequena cobertura aqui. Talvez.

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